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‘Clarinha’, a mulher que estava internada em coma há 24 anos em um hospital no Espírito Santo, morreu na noite de quinta-feira (14), Ela passou mal, teve uma broncoaspiração e não resistiu. As informações são do g1.
A morte foi anunciada pelo coronel Jorge Potratz, médico que cuidou dela durante todos esses anos. O caso da paciente ‘misteriosa’ ganhou repercussão após reportagem no ‘Fantástico’, da TV Globo.
Batizada de Clarinha pela própria equipe médica, a paciente foi atropelada em 12 de junho de 2000, no Centro de Vitória. Segundo a polícia, o local e o veículo que atropelou a mulher não são exatos. Ela foi socorrida já desacordada por uma ambulância, mas sem documentos.
A mulher ficou internada em estado vegetativo no Hospital da Polícia Militar (HPM), em Vitória. (ES). Nenhum parente ou amigo a visitou em todos esses anos.
Em 2021, O Ministério Público do Espírito Santo (MPES) investigou se a identidade de Clarinha estava ligada a um sequestro de uma criança mineira, Cecília São José de Faria. A menina desapareceu em 1976 e nunca mais foi encontrada. No entanto, após realização de exames de DNA, a Polícia Civil descartou essa hipótese.
Ainda nesta quinta-feira (14), o médico Jorge Potratz, que já se aposentou, falou sobre a tristeza de não ter resolvido o “mistério de Clarinha” e não ter conseguido encontrar sua família. “É muito triste ter esse desfecho, mas temos que lembrar que Deus tem um propósito. Em um futuro vou entender tudo isso. Tentamos tornar a vida dela, que é tão difícil, com mais dignidade. É triste esse fim”, disse ao g1.
Sem documentos oficiais, o corpo de Clarinha pode ser sepultada como ‘indigente’ após passar pelo Serviço de Verificação de Óbito (SVO). Contudo, a “família” formada pela equipe médica do HPM vai atuar para evitar essa situação e possibilitar um sepultamento digno a paciente.
Depois da reportagem exibida no Fantástico, mais de 100 famílias procuraram o Ministério Público para identificar Clarinha como uma possível parente desaparecida. Desse total, 22 casos chamaram mais atenção, pelas fotos ou pela similaridade dos dados próximos ao perfil da mulher internada.
Após uma triagem mais detalhada, segundo o MPES, quatro casos foram descartados, devido à incompatibilidade de informações ou pelo fato de as pessoas procuradas já terem sido encontradas. O Ministério Público dividiu as 18 pessoas restantes em dois grupos para a realização dos exames de DNA. No entanto, os resultados mostraram-se incompatíveis para traços familiares.