Preencha os campos abaixo para submeter seu pedido de música:
Morreu a artista visual Azuhli. Ela tinha 29 anos e era um dos nomes mais importantes da arte contemporânea do Ceará.
Amigos e familiares farão última homenagem na Funerária Alvorada a partir das 13h30 desta quinta-feira (16). O sepultamento, por sua vez, acontecerá no cemitério Parque da Paz, às 17h.
Nascida Luíza Maynara Diogo Veras, Azuhli mantinha o ateliê no Palácio Progresso, no Centro de Fortaleza. O ambiente, bastante acolhedor – repleto de plantas, uma das paixões de Azuhli – foi sede para a produção de várias peças dela que participaram de exposições em Brasília e destaque nas mostras Unifor Plástica.
O amor era o grande tema que regia as criações de Azuhli. Em entrevista concedida ao Diário do Nordeste, em 2023, ela afirmou: “Minha casa, por exemplo, julgo ser organizada (assim como meu quarto, minhas coisas, minha vida em si). Mas o ateliê, quando você entra, vê a bagunça que está dentro da minha mente. É bem isso, sabe?”.
Nascida e crescida em Fortaleza, Azuhli elegeu a capital cearense para também aprofundar a dimensão da própria arte. Conectou-se com a produção em cores cedo, ainda criança, tendo como referência artistas da própria cidade.
No site dela, tem-se que “sua produção é urgência, ressignificação e apropriação do corpo humano”. Não à toa, um dos focos de criação era o corpo feminino como ele é, e não da forma como o público encara como esteticamente aceitável.
“Os corpos, muitas vezes mutilados, trazem o questionamento do significado lúdico das ‘cicatrizes invisíveis sobre tela’, como ela gosta de chamar, sentido esse que nos leva a apropriação de cada pequeno detalhe de suas obras. As deformações são os traumas, os gritos interrompidos e a dor que cada pessoa sente e não pode deixar esvair”, expressa a mini-bio da artista plástica.
A pintura de Azuhli possui forte conotação cromática, de alto valor poético. Na era contemporânea – na qual a artista não entrega de bandeja o significado da obra – é preciso parar diante da tela, apropriar-se e significar como as pinceladas cabem dentro do particular.