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A Polícia Civil conseguiu localizar mais de 400 pessoas que estavam desaparecidas no Ceará neste ano. A rapidez na execução do boletim de ocorrência é apontada como um fator de extrema importunância nesses casos.
Nelson relembra a angústia que viveu junto à família durante o desaparecimento de seu irmão, Francisco Nilson, de 50 anos. “Foram quatro dias de agoniação. Só quem tem sentimentos fica desse jeito, com o coração apertado”, desabafou. O homem foi encontrado por populares em Maracanaú, após a ampla repercussão de uma reportagem da TV Cidade.
Enquanto algumas histórias terminam com reencontros emocionantes, outras continuam a preocupar. A adolescente Perla Kemele, de 13 anos, permanece desaparecida desde a última sexta-feira (14), vista pela última vez no bairro Jangurussu, em Fortaleza.
A avó de Perla relatou a frustração com as buscas: “Já tinham visto lá em Messejana, perto de uma lagoa. Nós fomos também. Também não tem. Falaram que tinham visto em Santa Maria. Também foram lá. Também ninguém viu de maneira nenhuma. É tanto que as pessoas vão todas procurando, entendeu? Mas ninguém viu, ninguém tem notícia. Só divulgo coisa que não é verdade”, lamenta.
De janeiro a maio de 2024, a Polícia Civil conseguiu localizar 445 pessoas desaparecidas, com 85% delas encontradas vivas. Reforçando a importância do rápido registro, a delegada do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa, Patrícia Aragão esclareceu: “Não existe a ideia de que seja necessário esperar 24 horas para poder registrar. Qualquer um pode informar a polícia sobre o desaparecimento de uma pessoa”.
O boletim de ocorrência pode ser feito em qualquer delegacia ou online, na delegacia eletrônica. Assim que as primeiras informações são recebidas, a polícia mobiliza recursos, incluindo órgãos públicos, escolas e hospitais, para uma busca ativa.
“Há uma busca ativa coordenada por diversos órgãos, desde segurança pública até secretarias de direitos humanos e escolas. As características da pessoa desaparecida guiam as estratégias de busca”, explicou o porta-voz.
A população pode colaborar enviando informações e fotos para o WhatsApp da Delegacia da Pessoa Desaparecida, disponível para auxiliar nas buscas.
