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Estudo associa princípio ativo do viagra ao tratamento contra Alzheimer; especialista pondera - Rádio Flash

Estudo associa princípio ativo do viagra ao tratamento contra Alzheimer; especialista pondera


Pesquisadores dos Estados Unidos acreditam que o viagra, poderá em breve ser recomendado como terapia para diminuir os riscos da doença de Alzheimer — doença neurodegenerativa progressiva. A sugestão vem após a descoberta de que o sildenafil (princípio ativo do medicamento) pode evitar que a doença se desenvolva. A pesquisa foi publicada em 19 de março, pela revista científica Journal of Alzheimer ‘s Disease.

Com a utilização de base de dados médicos e pesquisa laboratorial, os pesquisadores estavam inicialmente analisando o comportamento de grupos de pacientes com hipertensão pulmonar e outras comorbidades, sob o uso do sildenafil e, com isso, foi observado que após o uso do medicamento ao longo do estudo, os pacientes tinham menos histórico de Alzheimer e menos chances de desenvolver a doença. A revelação chamou a atenção dos cientistas, que iniciaram os estudos do princípio ativo em culturas de células e tecidos que tinham degeneração, para entender o efeito terapêutico e neurológico do remédio na célula.

Após cinco dias de tratamento, os neurônios cultivados em laboratório produziram níveis significativamente mais baixos de proteínas com adição de concentrações excessivas de fósforocaracterística da doença, confirmando a habilidade do sildenafil de proteger as células cerebrais nervosas. As pesquisas mostraram que os bloqueadores enzimáticos, chamados de inibidores da fosfodiesterase não só têm a capacidade de promover o fluxo sanguíneo no órgão sexual masculino, como também podem prevenir a neurodegeneração responsável pela demência.

Segundo o neurologista da Clínica Neurocentro e Grupo Santa de Hospitais, Marcelo Lobo, em entrevista ao Correio, o estudo norte-americano é promissor, mas ainda há muitas perguntas a serem respondidas. “O sildenafil em um estudo de laboratório tem um potencial de ser uma droga neuroprotetora contra a degeneração celular da doença de Alzheimer”. “Agora, precisa-se desenhar um estudo maior com pacientes, ou seja, um estudo científico do tipo duplo cego e randomizado para atestar a segurança do uso do medicamento na proteção contra o Alzheimer”, disse.

Ainda para Lobo, é importante entender também qual será a melhor forma de apresentação desse composto para conseguir uma concentração segura ao cérebro. “É só o início de um longo trabalho de pesquisa para realmente conseguir se pensar nesse composto como uma medicação para a doença”, concluiu.

A descoberta anima os estudiosos para o futuro. “Depois de integrar essa grande quantidade de dados computacionalmente, é gratificante ver os efeitos do sildenafil nos neurônios humanos e nos resultados dos pacientes no mundo real”, disse Feixiong Cheng, informático biomédico da Cleveland Clinic e coautor do estudo.

“Acreditamos que nossas descobertas fornecem as evidências necessárias para que os ensaios clínicos examinem melhor a eficácia potencial do sildenafil em pacientes com doença de Alzheimer”, conclui Cheng.


Fonte: cearaagora.com.br | Foto/Imagem: Reprodução 

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