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Bode Ioiô sai de Fortaleza pela primeira vez, é restaurado e ganha exposição em Pacoti - Rádio Flash

Bode Ioiô sai de Fortaleza pela primeira vez, é restaurado e ganha exposição em Pacoti

Parecia impossível, mas aconteceu: pela primeira vez o Bode Ioiô saiu de Fortaleza. E por motivo nobre, uma vez que foi restaurado e entrará em exposição já de cara nova. A mostra fica em cartaz no Museu de História Natural do Ceará Prof. Dias da Rocha (MHNCE) entre os dias 1º e 3 de março, em Pacoti (CE). O processo até o resultado final foi intenso.

Taxidermizado em 1931 (empalhado, em linguagem popular) e até então a única peça que nunca havia transposto as paredes do Museu do Ceará, o ícone da cultura cearense passou por restauro em 1997 pelo naturalista Roberto Otoch. Desde a data, vinha se deteriorando. Já não possuía o rabo –  furtado algumas vezes – nem as duas orelhas.

A coloração do pelo também estava bastante desgastada devido à ação do tempo, da luz, da poeira e da umidade. A coisa, porém, começou a mudar em 2022. À época, foi realizada a ação do Ioiô itinerante em comemoração aos 100 anos da intenção da eleição do bode – forma de protesto político da população. Foi aí que o Dr. Marco Crozariol entrou.

“Na ocasião fui convidado a realizar a higienização dele para que pudesse participar do evento, com passagem por vários equipamentos culturais de Fortaleza”, contextualiza o biólogo, também curador da coleção de Aves do Museu de História Natural do Ceará, pertencente à Universidade Estadual (Uece).

Após a realização do trabalho foi sugerido para a diretora do Museu do Ceará, Raquel Caminha, um restauro da peça por um taxidermista especialista em espécimes históricos e raros. Assim, o bode foi trazido ao Museu de História Natural em 15 de fevereiro e o restauro durou até a última quarta-feira (28), totalizando cerca de 15 dias.

Os passos foram realizados pelo taxidermista Emerson Boaventura com o acompanhamento do Dr. Marco Crozariol no laboratório de preparação do MHNCE. O bode passou por processo de esterilização para eliminar qualquer tipo de praga que pudesse estar o atacando. Uma câmara com produtos químicos foi construída, otimizando o fluxo.

De igual modo, a pelagem foi higienizada, reidratada e penteada, além de algumas partes a mais, que receberam retoques na coloração. “Novas orelhas foram inseridas, assim como um novo rabo. Os chifres, que estavam soltos, foram fixados. Todo esse trabalho permitirá que o Bode possa se preservar por pelo menos mais um século no Museu do Ceará”, prevê Marco.

QUE TODOS CONHEÇAM A LENDA
O translado do caprino de Fortaleza para Pacoti requereu cuidados. O Museu do Ceará preparou uma caixa especial para transportá-lo e um seguro também foi feito. Ele ficou na sala de exposição do Museu de História Natural do Ceará, no prédio do campus da Universidade Estadual do Ceará, Centro de Pacoti.

Agora, com a exposição, a torcida é de que a história do ícone seja mais conhecida. Segundo Marco, embora o bode seja muito conhecido em Fortaleza, em outras regiões do Estado pessoas ainda não conhecem a trajetória dele.

“Com a presença do MHNCE em Pacoti e todo o trabalho que o museu já realiza com a comunidade local – além de divulgação de eventos nas cidades, especialmente Guaramiranga, que recebe um grande público de turistas nos finais de semana – acreditamos que conseguiremos atingir um bom público durante o evento”.

Além de ser a primeira vez que o bode será exposto fora de Fortaleza, provavelmente será a última. Isso porque, após o restauro, deverá permanecer em local apropriado e definitivo para que todo o trabalho executado não seja rapidamente perdido. “Trocas de temperatura, umidade, deslocamento, tudo isso poderia prejudicar a durabilidade”, diz Marco.

 

Fonte: Diário do Nordeste | Foto/Imagem –  Divulgação/MHNCE

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