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Os juízes da Vara de Delitos de Organizações Criminosas do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE) decidiram condenar quatro acusados de integrar a facção carioca Comando Vermelho (CV) e também articular compra e venda de drogas no Estado. Somadas, as penas chegam a 38 anos de prisão.
Foram condenados: Pedro Diego Santos Araújo; Roberto Rodrigo di Jackson Oliveira Freitas, o ‘Fantasma’; Dayane Sales da Silva; e Fernando da Silva Souza. As maiores penas são a de Pedro e Roberto, sentenciados por múltiplos crimes.
Dayane e Fernando foram absolvidos da acusação de integrar a organização criminosa, mas condenados por tráfico de drogas. Já os denunciados Darly Lima de Oliveira, Daniel Oliveira da Silva, Esclin da Silva Dantas e Regilene Melo de Sousa foram absolvidos de todas as acusações e tiveram alvarás de
Roberto, o ‘Fantasma’, foi condenado por integrar organização criminosa armada, tráfico de drogas e associação para o tráfico. A pena fixada contra ele é de 25 anos e seis meses de reclusão, que devem ser cumpridos inicialmente em regime fechado. Ao réu foi negado direito de recorrer em liberdade.
A reportagem apurou que ‘Fantasma’ foi indiciado e denunciado após a Polícia Civil do Ceará analisar interceptações telefônicas e localizar conversas das quais ele participava falando sobre o Comando Vermelho.
Documentos obtidos pela reportagem mostram prints do ‘Whatsapp’, e em parte das conversas, o investigado mostrou possuir uma lista de seguidores que atuavam no Rio de Janeiro, chegando a haver músicas se referindo a ‘Tropa do Fantasma’.
Já Pedro Diego foi condenado por organização criminosa, tráfico de drogas e portar arma de fogo. A pena dele é de 17 anos e nove meses de prisão, inicialmente regime fechado.
Os juízes também negaram a este réu o direito de recorrer em liberdade, alegando que “sua liberação trará concretos prejuízos à garantia da ordem pública”, por isso mantiveram a prisão preventiva.
Há informações de que Pedro Diego articulava compra e venda de drogas para o CV na região da Sapiranga
Dayane Sales e Fernando da Silva foram condenados por tráfico de drogas e, cada um deles, recebeu pena de um ano e oito meses de reclusão, substituída por prestação de serviços à comunidade.
Ainda na denúncia do Ministério Público do Ceará (MPCE), Dayane chegou a ser apontada como “uma espécie de observadora da lei e da ordem imposta pela facção criminosa Comando Vermelho”, sendo supostamente pessoa que repassava a um dos líderes “fatos sobre desvios de conduta dos moradores para ele tomar as ações necessárias”.
No total, 25 nomes foram denunciados nesta ação penal, posteriormente desmembrada. A investigação contra membros do CV teve início em 2020, “tendo sido colacionados diversos conteúdos de dados telefônicos e telemáticos de várias lideranças da referida facção criminosa, bem como percebida a atuação desses membros não só no Estado do Ceará, mas também no Estado do Rio de Janeiro”.
Na época, a PCCE emitiu relatório afirmando que os investigados ajudaram a disseminar ‘Salves’ (comunicados) por meio do Whatsapp. Eles foram alvos da ‘Operação Guilhotina’, deflagrada com intuito de “conhecer a estrutura e funcionamento dessa organização criminosa e, após isso, desarticular o grupo através da prisão de lideranças”.