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As fortes chuvas no Rio Grande do Sul, que causaram alagamentos e desabamentos em todo o estado, já deixaram 83 mortos, segundo balanço oficial divulgado nesta segunda-feira (6), às 9h. Ao todo, 111 pessoas estão desaparecidas em meio ao desastre, que começou a apresentar impactos graves desde o último dia 29 de abril.
As chuvas, entretanto, já haviam iniciado no dia 27 de abril, quando municípios do Vale do Rio Pardo registraram também granizo e um forte volume de precipitação. A cidade mais afetada foi a de Santa Cruz do Sul, enquanto em Porto Alegre mais de 1,2 mil raios foram registrados.
No dia seguinte, em 28 de abril, um alerta laranja do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) apontou risco de tempestade em todo o estado e já no dia 29 uma casa pegou fogo após ser atingida por um raio.
As primeiras mortes foram registradas no dia 30 de abril, quando dois homens faleceram após o carro onde estavam ser arrastado pela água na cidade de Paverama.
Estradas foram bloqueadas e um trecho da BR-290, em Eldorado do Sul, foi arrastado pela força da água. Na ocasião, o número de vítimas chegou a oito. Pontes também foram destruídas nos municípios de Santa Tereza e Santa Maria.
Já no dia 1º de maio, o número de mortos chegou a 11, com registro de pessoas sendo levadas pela força da água e até a queda de uma ponte sobre o Rio Pardinho, em Rio Pardo. Além disso, uma casa foi levada pela força das águas de uma enchente em Putinga.
Segundo Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul, a força do temporal impossibilitou o resgate de pessoas em municípios diversos. No dia 2 de maio, o número subiu para 32 mortes, enquanto o volume das chuvas registrado chegou a ser três vezes a média prevista a para esta época do ano.
Por conta disso, o presidente Lula e o governador do RS discutiram ações para enfrentar as cheias no Rio Grande do Sul, manejando recursos e planejando um trabalho conjunto.
No dia em questão, várias cidades apresentaram cheias históricas, incluindo o Rio Guaíba, em Porto Alegre, que passou a cota de inundação e atingiu 3,63 metros. A situação resultou em caos na capital, quando o trânsito sobre as duas pontes do Guaíba foi bloqueado por conta de “avarias aparentes”.
Ruas do Centro Histórico de Porto Alegre foram inundadas, além dos centros de treinamento do Internacional e do Grêmio, com o nível do rio chegando a 4,6 metros.
Assim, o Aeroporto Internacional Salgado Filho foi fechado e a Defesa Civil ainda emitiu alerta para evacuação em sete cidades do estado, após rompimento da barragem 14 de julho.
No último sábado (4), 55 mortos já haviam sido confirmados, número que superou as vítimas registras em 2023 no Vale do Taquari, com 54 mortos. Uma explosão na Zona Norte de Porto Alegre ainda causou um incêndio com feridos e um buraco se abriu na Avenida Castelo Branco.
No domingo (5), o Guaíba continuou subindo, registrando 5,30 metros. O boletim da manhã apontou 66 mortes, número que subiu para 75 até o fim do dia. Segundo o presidente Lula, que sobrevoou Porto Alegre para analisar as ações a serem tomadas, não deve haver “impedimento da burocracia” para recuperar o estado.